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quarta-feira, 23 de abril de 2008

CIDADE DO EXÍLIO

Esta cidade pouco a nada faz para acolher aqueles que para cá vêm não só para usufruir das suas qualidades mas também para trabalhar para a sua grandeza.
Da maioria dos que vieram até hoje, poucos se sentem varginhenses. A cidade parece não reconhecer esses migrantes, como outros lugares fazem da mesma forma. Assim a cidade vai perdendo a sua identidade, o povo a sua identificação. Quando se sente bem num lugar esquecemos um pouco das origens e passamos a pensarmos que somos desse novo lugar. Mas, aqui isso parece quase impossível e a cidade parece um exílio para cada um de nós.
Da varanda da minha casa vejo a Serra do Piripau lá longe, azul quase confundida com o infinito. Mas, sei que lá está enterrado o meu umbigo. Talvez seja esse o melhor consolo: estar tão perto da minha cidade natal, meus antepassados, minha história e meus vínculos.
Mesmo meus filhos, dois varginhenses por acaso, não se sentem dessa cidade.Talvez por que, mesmo nascido em Varginha, seus umbigos foram enterrados em Cambuquira.

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